“O mundo digital deve estar em qualquer curso. Não podemos ter Engenheiros Mecânicos e de Materiais que não conheçam esse universo. Quem não for digital, vai ficar para trás e terá dificuldade de progredir na carreira”, declarou o palestrante Décio da Silva, Presidente do Conselho de Administração da WEG S.A, no Alumni EMC Day. Realizado no dia 20 de setembro, em Joinville, o evento ainda contou com Visitas Técnicas ao SENAI Manufatura e Processamentos a Laser e às instalações da UFSC Joinville, além de uma mesa redonda sobre os desafios da profissão e o futuro da Engenharia.
O objetivo do Alumni EMC Day foi promover networking, estreitar relações com membros da Alumni de outras regiões e profissionais de outras instituições. “Queremos trazer uma visão da engenharia fora do âmbito da universidade e mais conectada com a prática do mercado, a fim de gerar debates e contribuir com informações, tanto para os nossos associados quanto para outros interessados no tema”, comenta Sergio Gargioni, diretor executivo da Alumni EMC. O evento teve apoio da empresa Futura e do Senai.
A iniciativa de reunir profissionais, instituições e empresas em visitas técnicas para conhecer outras áreas da Engenharia e também outras áreas de conhecimento foi elogiada por Diego Santos Greff, diretor geral do campus da UFSC Joinville. Ele enfatizou a importância dessa rede em outros mercados, como o estadunidense, onde as redes alumni ajudam a aproximar profissionais e faz parte de uma cultura.
“Eu vejo como uma iniciativa essencial a criação de uma Alumni da Engenharia Mecânica da UFSC, a melhor do país, e por isso fico lisonjeado de receber esses profissionais aqui no nosso campus em Joinville e apresentar a nossa proposta de Centro de Ensino, que é diferente e imerso no meio industrial e na fronteira da inovação e do empreendedorismo aqui no Ágora Tech Park”, disse o diretor geral.
A visita ao campus da UFSC Joinville contou com apresentação dos mais de 30 Laboratórios de Ensino, Pesquisa e Extensão, ligados ao 8 cursos de graduação da unidade: Bacharelado em Ciência e Tecnologia, Engenharia Automotiva, Engenharia Aeroespacial, Engenharia Ferroviária e Metroviária, Engenharia Naval, Eng. de Transportes e Logística, Eng. Mecatrônica e Eng. Civil de Infraestrutura.
A comitiva também visitou o Instituto Senai de Manufatura Avançada e Processamentos a Laser, onde os participantes tiveram contato com grandes novidades no quesito máquinas e tecnologia para desenvolvimento de peças com alta eficiência térmica, além de dispositivos não-convencionais, como robótica. O contato dos alunos do Instituto com empresários é incentivado pelo Hub de Manufatura Avançada: “Nós temos diversas empresas instaladas neste espaço, onde a cultura organizacional é passada de forma eficaz, com base na convivência em cima de problemas reais. Nunca antes a academia esteve tão perto da indústria”, disse Luis Gonzaga Trabasso, Pesquisador Chefe do ISI em Processamento a Laser.
Futuro do ensino de Engenharia
“O que eu acredito que hoje a Engenharia tem que ensinar, é algo que lá atras eu critiquei. Existe a necessidade de ter base forte em matérias conceituais, como física, química, cálculo, matemática, estatística. Hoje, os conhecimentos digitais também são essenciais, além de engenharia aplicada, com a análise econômica do projeto e softskills, como saber escrever projetos, comunicação escrita e falada, idiomas, governança, responsabilidade social, ambiental, e ainda a capacidade de se atualizar e estudar por conta própria”, declarou Décio da Silva em sua palestra.
As mudanças tecnológicas acontecem em grande velocidade, e, na concepção do experiente Engenheiro e Administrador, os profissionais e empresas precisam ter visão de longo alcance para pensar nas mudanças de equipamentos e acompanhar as evoluções e demandas do mercado. “O investimento em desenvolvimento é essencial quando você está otimizando um tipo de equipamento, já precisa começar a pensar na próxima geração dele, não se pode ter gap de desenvolvimento, pois a empresa corre o risco de ficar para trás”, disse o experiente Décio da Silva, da WEG.
A mesa redonda contou com Jefferson Gomes, Diretor Nacional de Tecnologia e Inovação do Senai e professor da divisão de Engenharia Mecânica Aeronáutica do ITA, Alvaro Prata, ex-reitor da UFSC e professor Supervisor do POLO – Laboratório de Pesquisa em Refrigeração e Termofísica da UFSC, e Márcio Luiz Schissatti, que atuou em posições de liderança e C-level por mais de 25 anos na Embraco e mais recentemente na Nidec Global Appliance. Todos concordaram quanto à atenção que se deve dar na formação aos desafios e necessidades do mercado e da sociedade.
Para Jefferson Gomes, a cada dia que passa, o conhecimento precisa ser cada vez mais diverso devido aos ciclos a que o mercado passa. “Se nós trabalharmos aqueles 17 pontos ODS, seremos mais fraternos e o mundo será muito melhor, mas o preço é altíssimo, pois necessitaremos muito mais energia e recursos. Esse modelo tradicional industrial irá mudar para deixar o mundo melhor para nós. Novas soluções precisam ser entendidas e incentivadas, como energia limpa, interdisciplinaridade e desenvolvimento de produtos.”
O evento Alumni EMC Day encerrou com a Assembleia Geral Ordinária, que teve como pontos de pauta a eleição dos novos membros do Conselho Deliberativo e Fiscal, além de alterações estatutárias.
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