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HEPTACAMPEÃ SUL BRASILEIRA DE BAJA SAE COMEMORA 25 ANOS EM 2021

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A Equipe UFSC Baja SAE teve sete vitórias nas competições Baja Sul entre 2005 e 20012, e conquistas adicionais, como ter estado três vezes entre as três melhores equipes do Brasil e de duas vezes representar o país na competição mundial nos Estados Unidos. A convite da Alumni EMC, pessoas que estão ou estiveram na equipe resgataram um pouco da história da equipe, que completa um quarto de século no segundo semestre de 2021, se considerada a data de sua fundação oficial.

Antes dela, no final de 1995, o então graduando de Engenharia Mecânica Luiz Fernando Peres Calil (hoje Professor da UFSC Joinville) já aventava a criação de uma equipe de Mini-Baja na instituição e fez reuniões para atrair colegas interessados. Em abril de 1996, havia número suficiente de estudantes para formar o grupo e alguns deles foram acompanhar uma competição no autódromo de Interlagos, em São Paulo. Voltaram com muitas informações e fotografias que serviram de base para a formação da equipe.

Oficialmente, a primeira equipe de Mini-Baja na UFSC surgiu sob o comando do Prof. Honorato Tomelin, com o nome de Floripa, no segundo semestre de 1996, quando foi criada a disciplina optativa Tópicos Especiais em Projeto I. Ela resultaria no primeiro protótipo off-road tipo Baja, veículo tipo gaiola, de quatro rodas, construído para trafegar nos mais variados tipos de terreno  e idealizado para disputas esportivas. “O nome foi muito sugestivo: Papaterra, em alusão ao famoso peixe de nosso litoral ilhéu”, conta o Engenheiro e Professor Julio C. Lodetti, integrante da primeira equipe e membro do Conselho Deliberativo da Alumni EMC.

Ele lembra do lançamento do veículo, num evento prestigiado pela imprensa que aconteceu no Laboratório de Motores da época, na presença do então Reitor Rodolfo Pinto da Luz. E diz:”Em meio à cerimônia de apresentação, a equipe pediu apoio à Universidade, através do Sr. Reitor, e nos foi concedido o patrocínio. Sem este apoio inicial não teríamos oportunidade de mostrar o potencial!”

Estreia

Com os recursos obtidos, foi possível fazer os ajustes necessários à primeira competição SAE Brasil (tradução livre da sigla: Sociedade de Engenheiros da Mobilidade). “O motor tinha 8hp e era igual para todos os times. Por sugestão do mágico e técnico no Labmotores, Gilson Maia, optamos por usar um câmbio de motor CG125 de 4 marchas. Ele iria conferir grande capacidade de arrancada do carro, por outro lado, exigiria mais das habilidades dos pilotos”, disse Lodetti, à época um dos pilotos do Papaterra (o outro piloto era Venicio Tonon Miguel). O protótipo foi transportado a São Paulo no porta-malas de um ônibus da Paulotur, empresa parceira da equipe. No bagageiro também foram moto e bicicleta, ambas úteis quando alunos precisaram comprar itens que faltavam, segundo vistoria prévia da Comissão Julgadora.

Da esquerda para direita: Fernando Trilha Jr, Gustavo Lírio, Cleber Arsego e Eduardo “Morto” Pires ao redor do Papaterra, pilotado por Julio “Juca V8” Lodetti. Demais membros da equipe ao final.

 

A prova de arrancada definiu o grid de largada e, entre 80 carros, o Papaterra cravou a pole position, chegando a ser matéria do jornal Diário Catarinense. Quando faltava apenas 30 minutos – de um total de 4 horas – para o fim do enduro, o eixo traseiro do Papaterra quebrou. Mas ao término de 3 dias de competição, a equipe ficou entre as 10 melhores, uma bela estreia para a UFSC.

 

 

 

Do Berbigão ao Puma

O protótipo Vento Sul alcançou o 6º lugar na competição nacional Baja SAE

Mantendo a tradição de homenagear espécies da fauna marinha da Ilha de Santa Catarina, os dois veículos seguintes foram chamados de Berbigão (1998) e Baiacu (1999). Ambos foram construídos sob supervisão do Prof. Tomelin.  Em 2000, a equipe passou a ser orientada pelo Prof. Narciso Angel Ramos Arroyo e teve seu nome mudado para Vento Sul. No mesmo ano, o Prof. Lauro Cesar Nicolazzi dirigiu uma equipe de Baja independente chamada Uiraçu; em 2003, as duas equipes se uniram, formando a atual Equipe UFSC Baja. (De 2000 a 2013, os alunos competiram com dois veículos distintos, denominados inicialmente de Ilhéu e Uiraçu e posteriormente de Puma e Jaguar.)

Em 2003, teve início a competição Baja SAE Brasil – Etapa Sul. Nos anos de 2005, 2006, 2007, 2009, 2010, 2011 e 2012, a Equipe UFSC Baja SAE conquistou o primeiro lugar na Baja Sul, e ficou em terceiro lugar na competição nacional em 2005, 2009 e 2013, garantindo a participação da equipe na internacional Baja SAE World Challenge, realizada nos Estados Unidos, obtendo a oitava e a vigésima posições entre aproximadamente 100 equipes do mundo todo. Também se classificou em 4º lugar na competição nacional em 2006 e 2018, além de ter obtido o pódio várias vezes de provas dinâmicas como suspensão, tração e aceleração.

Estresse

Vale ressaltar que as competições SAE a níveis nacional e regional geralmente ocorrem em 3 etapas. A primeira é constituída de provas dinâmicas, que consistem em testes de manobrabilidade, aceleração, conforto e outros. Na segunda etapa, há apresentações de projeto, em que são mostrados resultados de testes como as metas que o projeto conseguiu alcançar. Na terceira etapa vem o enduro, prova de 4 horas em que o carro é submetido a situações de estresse para testar sua durabilidade.

Durante a pandemia deflagrada em 2020, a competição foi modificada para que as etapas presenciais não fossem necessárias. “Ela funcionou basicamente com a etapa de apresentação de projeto, em que a equipe teve que fazer um vídeo de apresentação, com o máximo de recursos gráficos que não envolvessem testes e projetos presenciais, sendo essa a única etapa da competição que pode ser feita de maneira completamente remota”, afirma Eduardo Larsen Güths, atual capitão da Equipe UFSC Baja SAE e aluno do Departamento de Engenharia Mecânica, com graduação prevista para 2022. (Demais membros em http://www.baja.ufsc.br/equipe/.) Há 20 anos a equipe é orientada pelo Prof. Lauro Nicolazzi.

 

Formado no ano 2000, o Eng. Lodetti guarda lembranças e centenas de fotos dos tempos de Baja. “Foi a melhor experiência que tive no EMC-UFSC. Fiz amizades duradouras e verdadeiras, aprendi o espírito de equipe, de organização e colaboração. Fomos desafiados, fomos cobrados e fomos expostos. Tudo isto  serviu para nos tornarmos pessoas melhores e profissionais capacitados,” conclui.

 

Por Heloisa Dallanhol, Alumni EMC-UFSC.

Imagens dos protótipos de 2000 a 2020: http://www.baja.ufsc.br/nossa-historia/

Facebook da Equipe UFSC Baja SAE: https://www.facebook.com/ufscbaja

Matéria correlata: http://emc.ufsc.br/portal/2020/11/dos-sonhos-de-pia-a-docencia-na-pos-graduacao-utfpr/