Arno Blass foi e é um pioneiro que ajudou a consolidar a Escola de Engenharia Industrial e a pós-graduação em Engenharia Mecânica, que hoje é o nosso EMC e ainda hoje colabora, sistematicamente, para preservar a memória desta área de ensino e pesquisa na UFSC.
Aos 83 anos, o Prof. Arno Blass mantém intensa produtividade intelectual e excelente memória. Só em 2022, ele lançou 3 livros: “Aconteceu em Floripa – Memórias da Eng. Mecânica da UFSC“, “Andanças” e “Vida breve – Hans Blass, Vida e Obra”. Vale destacar que o primeiro traz insights inéditos sobre a criação da Escola de Engenharia Industrial, onde lecionou, e da pós-graduação na UFSC, não por acaso iniciada com o mestrado em Engenharia Mecânica.
Além dessas obras mais recentes, o Prof. Blass é autor de “Caspar Erich Stemmer – Administração, Ciência e Tecnologia”, que já teve duas edições, sem falar que suas “Minhas Escrevinhações” foram publicadas na forma de um belo livro de capa dura, em 2021. Ele participou efetivamente da elaboração do livro sobre o Departamento de Engenharia Mecânica, colaborou com o livro sobre a primeira turma da EEI, fez traduções de títulos técnicos a partir do inglês e do alemão.
É, também, o tradutor de “A Escalada da Ciência” (“The Ascent of Science”), de Brian L. Silver, publicado pela Editora da UFSC em 2003 (772 páginas), que obteve boa receptividade da crítica especializada. Uma segunda edição, revista, foi lançada em 2008.
Se os registros e as traduções técnicas feitas pelo Prof. Arno Blass chamam atenção, ainda mais brilhante é sua trajetória como docente, pesquisador e titular de cargos administrativos na UFSC.
O engenheiro gaúcho mudou-se para Florianópolis em 1964, na condição de instrutor da Escola de Engenharia Industrial, e integrou o grupo de jovens docentes que viriam a implementar concepções inovadoras, sob a liderança do Prof. Caspar Erich Stemmer.
Implantou, em 1966, o Centro de Formação Prática e Aperfeiçoamento, a quem competia gerir um programa pioneiro de estágios obrigatórios ao longo do curso.
Em 1967, numa época em que poucos faziam pós-graduação, afastou-se para fazer o Mestrado na COPPE/UFRJ.
De volta a Florianópolis, integrou a comissão que planejou a criação do Mestrado em Engenharia Mecânica da UFSC, o primeiro curso de pós-graduação stricto sensu da universidade, lançado em 1969.
Doutorou-se pelo Imperial College of Science and Technology da Universidade de Londres em 1976, com uma tese que interessava à Rolls Royce, sobre a viabilidade do processo de laminação periférica.
Retornando à UFSC, acumulou, durante três anos, a Chefia do Departamento de Engenharia Mecânica e a Coordenação do Mestrado em Engenharia Mecânica. Durante este período, e em anos subsequentes, foi o executor local do Convênio de Cooperação Técnica firmado entre a UFSC e a Universidade de Aachen.
Coordenou a PG em Engenharia Mecânica por 12 anos, período em que o programa alcançou conceito máximo da CAPES. Em 1980 foi lançado o Doutoramento em Engenharia Mecânica, mais uma vez, o primeiro da UFSC.
Presidiu a Associação Brasileira de Engenharia e Ciências Mecânicas entre 1979 e 1981.
É membro da Associação Brasileira de Ensino da Engenharia (ABENGE), da Associação Brasileira de Polímeros (ABPol) e da Academia Nacional de Engenharia (ANE).
Em visita realizada ao Prof. Arno Blass neste ano, ele se mostrou tão ativo na valorização e preservação das origens da Engenharia Mecânica em Santa Catarina que a Alumni EMC decidiu submeter a seus diretores e associados a proposta de homenagem que, após aprovações em duas instâncias, concretiza-se nesta solenidade.
